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Especial ARTIGO

A CIRURGIA PLÁSTICA NÃO É SOMENTE ESTÉTICA

Para exercê-la, o profissional, além de ser consciente, competente e qualificado, deve zelar pelo bem maior, que é a vida e o bem-estar de seus pacientes.

11/07/2024 às 15h02 Atualizada em 14/07/2024 às 19h51
Por: Tércia Diniz
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 EDUARDO SUCUPIRA – Cirurgião Plástico - Reprodução / Assessoria
EDUARDO SUCUPIRA – Cirurgião Plástico - Reprodução / Assessoria

A cirurgia plástica é parte da vida dos brasileiros. No prazo de um ano são realizadas por profissionais especializados, aproximadamente, 630 mil cirurgias plásticas no nosso território. Destas, 73% são intervenções estéticas e 27% reparadoras. 

Cirurgias são sempre desafiadoras, sejam elas reparadoras ou não. O mercado promissor em que se tornou a cirurgia plástica, principalmente com fins estéticos, não afasta dos médicos o dever ético de tratar a medicina como atividade essencial à vida humana. Para exercê-la, o profissional, além de ser consciente, competente e qualificado, deve zelar pelo bem maior, que é a vida e o bem-estar de seus pacientes.

A cirurgia plástica atua na reconstituição de tecidos e funções comprometidas a partir de sequelas provocadas por acidentes, em áreas atingidas por retiradas de tumores, em áreas de queimaduras graves, assim como na recuperação de pacientes após traumas graves, como acidentes que resultam em deformações significativas. Esses procedimentos não são apenas estéticos, mas também auxiliam na restauração dos tecidos danificados, recuperando a funcionalidade dos membros e órgãos afetados, proporcionando conforto físico e emocional aos pacientes.
Para cada tipo de demanda, são oferecidas técnicas modernas e específicas, como enxertos de pele, retalhos cutâneos, musculares ou ósseos, microcirurgia para confecção de retalhos livres e reimplantes de extremidades e mesmo ainda recursos associados para a regeneração tecidual.

A cirurgia plástica não é somente estética ou exclusivamente reparadora, é uma só, indivisível. Repara a dor! Algumas merecem sem dúvida, destaque, como o caso da reparação da gigantomastia, uma cirurgia emblemática, pois remove a dor, o peso, a vergonha, a sensação de desprezo, a falta da estima. Restaura a condição da mulher. A intervenção cirúrgica não só melhora a estética, mas também recupera a vida minimamente saudável e funcional para esses pacientes.

De acordo com dados recentes , divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 40% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil são  eminentemente reparadoras.
Cirurgias plásticas são viabilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), diferentemente da cirurgia plástica com objetivos puramente estéticos. Essas intervenções têm como objetivo a correção de deformidades congênitas (ao nascimento) e/ou adquiridas (traumas, alterações do desenvolvimento, pós cirurgia oncológica, acidentes e outros), devidamente reconhecidas, ou ainda quando existe déficit funcional parcial ou total, cujo tratamento exige recursos técnicos de cirurgia plástica, sendo considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica.

Atualmente os principais procedimentos realizados pelo SUS são: reconstituição de lábio leporino; cirurgia de mudança de sexo;   abdominoplastia (correção da flacidez e redução da pele após perda de peso);  otoplastia (correção de orelhas de abano); gigantomastia (redução das mamas); ginecomastia (crescimento anormal das mamas em homens); reconstrução das mamas após retirada de câncer; deficiências ou deformidades no rosto; e queimaduras que resultaram em deformações.

É muito importante integrar essas duas disciplinas para proporcionar cuidados abrangentes aos pacientes. Portanto, embora cirurgia plástica estética e reconstrutora tenham papéis distintos, ao mesmo tempo são complementares e essenciais para oferecer tratamentos completos e personalizados aos pacientes para a restituição da saúde.

Além disso, cirurgiões plásticos com formação clássica possuem habilitação para atuar utilizando-se de princípios técnicos necessários à  reconstrucão bem como à estética para alcançarem resultados adequados e naturais.

Por: EDUARDO SUCUPIRA – Cirurgião Plástico, realizou a sua formação no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy(1997-1999). É Especialista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Membro internacional da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS). Mestre e Doutor pelo Programa de Cirurgia Translacional da Escola Paulista de Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.

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