Uma janela para o futuro: arte transforma a vida de jovens no Gama

Numa rotina que transcende o cotidiano escolar, alunos da escola pública CEF 11, localizada na comunidade do Gama, estão encontrando na arte uma porta para novas experiências. O projeto Viva Arte Viva-Gama, fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC) e a Associação dos Amigos das Artes de Brasília Brasil (AMABRA), vem transformando a vida de 320 jovens de 11 a 14 anos. Por meio de oficinas de música, dança, teatro e outras expressões artísticas, a iniciativa proporciona aos estudantes uma vivência prática que os conecta ao ensino da arte de forma inclusiva e acessível.

Konam Oliveira, professor e violinista, enxerga nas aulas um grande impacto na vida dos alunos. Ele relata, com entusiasmo, o privilégio de ensinar música a esses jovens. “É muito gratificante poder ver cada um com uma particularidade e vivência diferente, mas com um único intuito que é de fazer música e unir todos eles. Assim, podemos mostrar que a música erudita é acessível a todos e que é possível ter um mundo de possibilidades quando você aprende um instrumento”, reflete. Para ele, a chance de apresentar um universo musical que talvez muitos não pudessem alcançar é um privilégio que não pode ser subestimado.

Tales Pimentel Portugal, professor de sopros, reforça essa visão ao relatar o entusiasmo dos alunos, que têm se dedicado a cada nova nota e melodia. Para além da técnica musical, Tales compartilha como a capacidade de resistência respiratória dos jovens aumentou consideravelmente. “Tenho trabalhado com eles um sentimento de coletividade, pedindo que um ajude o outro, e para que eles esperem, quem está precisando de ajuda, a chegar até o ponto onde é um pedido da turma”, conta o professor, destacando o aspecto humano que o aprendizado artístico promove.

O impacto do projeto na escola é evidente, como afirma a diretora Leila Rodrigues. Ela vê as oficinas como uma maneira de integrar a arte ao contexto pedagógico, contribuindo para o desenvolvimento integral dos estudantes. “Trazer esse projeto junto com a OFB é muito importante, pois nós entendemos que a formação vem de um contexto, com áreas interligadas, e a música, por exemplo, trabalha diversas questões do aluno, como emocional, questão de números matemáticos, já que o estudante precisa fazer contas em relação ao tempo, e outras questões do contexto em que ele está inserido”, destaca Leila.

Em quatro de novembro, os frutos desse trabalho serão apresentados ao público em um evento no SESC do Gama. Os jovens terão a oportunidade de tocar ao lado dos músicos da Orquestra Filarmônica de Brasília, em um espetáculo aberto à comunidade. A expectativa é que essa apresentação seja um marco na vida dos alunos, uma experiência que reafirma a importância do acesso à arte e da valorização de projetos que fazem a diferença no futuro desses jovens.

O projeto Viva Arte Viva-Gama reafirma o papel transformador da arte, não apenas como expressão cultural, mas como ferramenta de inclusão social e desenvolvimento humano. Para os estudantes do CEF 11, cada oficina representa uma nova possibilidade, um novo caminho e, acima de tudo, a certeza de que a arte pode ser um meio de superar barreiras e de alcançar sonhos antes distantes.