No próximo domingo, 6 de abril, a Casa Akotirene, em Ceilândia Norte, será palco de mais uma edição do Sarau-Vá. O evento, que já se consolidou como referência na valorização da cultura periférica do Distrito Federal, promete uma programação diversa, reunindo música instrumental, discotecagem e poesia em um espaço de troca e fortalecimento artístico.
Realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), o Sarau-Vá abre as portas às 16h. A primeira atração musical será o DJ Thiago Raiz, às 17h, seguido do Caramelo Jazz Clube, que se apresenta às 17h30 ao lado de convidados da cidade. O evento segue com microfone aberto para poesia, às 19h, e encerra com mais discotecagem do DJ Thiago Raiz.
A proposta do Caramelo Jazz Clube é fundir improvisação e influências brasileiras a partir da linguagem do jazz. Com a participação de Marlene Souza (guitarra), Vitor Adonai (piano) e André Martins (sax e flauta), o grupo apresentará uma sonoridade que cruza baião, ijexá e samba com os tradicionais standards do jazz.
“O Sarau-Vá é um polo e um ponto de encontro cultural, democrático, um lugar onde vidas são salvas, onde é possível realizar sonhos e se expressar, um lugar de acolhimento e de identidade progressista e futurista, importante para a cidade de Ceilândia e referência no DF e no Brasil”, afirma Son Andrade, integrante do Caramelo Jazz Clube.
Thiago Raiz preparou um set dedicado ao soul music dos anos 1970, com faixas que evocam a memória afetiva do público e revelam a origem de samples usados em clássicos do rap. “Sou consumidor do trabalho e dos eventos do Sarau-Vá há bastante tempo, por ser morador da Ceilândia. Tenho a oportunidade e o prazer de prestigiar o trabalho que vem sendo feito, difundindo a cultura e trazendo o palco e a visibilidade para os artistas celebrarem sua arte”, conta o DJ.
Para Guilherme Azevedo, idealizador do Sarau-Vá e da Plataforma de Cultura Periférica, a edição de abril reforça o compromisso com a continuidade e expansão da cena. “Esta edição do Sarau-Vá, a quarta de 2025, que acontece em um território tão simbólico de Ceilândia, a Casa Akotirene, demonstra a força e necessidade de manter e continuar um projeto que potencializa a cultura periférica.”
O evento é mais uma iniciativa da Plataforma de Cultura Periférica, que tem como missão conectar manifestações culturais das periferias do DF, fortalecendo ações já existentes e ampliando o alcance das vozes da comunidade. “A ideia da Plataforma é fornecer uma força estruturante que potencialize eventos emblemáticos das periferias do DF”, explica Guilherme.
A escolha da Casa Akotirene como sede da edição reforça os vínculos entre o sarau e os espaços de resistência. O local é um quilombo urbano, criado em 2019 pelo coletivo Afromanas, e atua como centro de acolhimento à população preta e LGBTQIAPN+ da região. Desde sua fundação, promove ações nas áreas de cultura, educação, lazer, saúde e segurança alimentar.
A iniciativa surgiu da necessidade de um espaço que fortalecesse as narrativas afro-brasileiras em Ceilândia. Ao longo dos anos, a Casa Akotirene tem se mantido como referência para mulheres negras e lideranças periféricas que buscam a construção de uma comunidade mais justa e representativa.
A programação se estende até as 21h30, com entrada gratuita e acesso livre para todas as idades. A organização convida a comunidade do Distrito Federal a participar do encontro, celebrar a diversidade cultural e apoiar o fortalecimento da arte periférica.
Mais informações estão disponíveis no perfil oficial do projeto: @sarauvozealma.
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