No Brasil, mais de 1,5 milhão de pessoas são cegas, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). No Distrito Federal, mais de 43% da população com deficiência possui algum grau de deficiência visual. Diante dessa realidade, o Dia Nacional do Sistema Braille, celebrado em 8 de abril, ganha ainda mais relevância ao ressaltar a importância da acessibilidade e da formação de profissionais capacitados.
Como resposta a essa demanda urgente, o projeto Jornada da Acessibilidade está com inscrições abertas até o dia 30 de abril para três cursos gratuitos voltados a gestores e produtores culturais. Um deles é o curso presencial de Braille, que acontecerá entre 10 de maio e 7 de junho, sempre aos sábados, no AKZO Coworking, na Asa Norte, em Brasília.
Destinado a agentes culturais e professores da educação básica, o curso será ministrado pela professora Viviane Queiroz, que ressalta o impacto social da formação. “No curso, os participantes vão aprender a ler e escrever no sistema braille, compreender sinais de pontuação, letras acentuadas e anotações matemáticas. Também vamos abordar tecnologias que complementam o ensino do braille, como leitores de tela, além de noções de orientação e mobilidade”, explica.
Mais do que ensinar uma nova linguagem, a formação tem como objetivo transformar a forma como os profissionais lidam com a inclusão no dia a dia. “Isso permite que educadores e produtores culturais compreendam como uma pessoa cega realiza suas atividades do dia a dia e se locomove com autonomia”, completa Viviane.
A professora destaca ainda o potencial do curso para promover a acessibilidade cultural. “Os gestores culturais vão poder tornar suas produções mais acessíveis. Poderão criar convites e folhetos em braille, incluir informações em exposições museais, elaborar cartazes de eventos com acessibilidade tátil e até produzir cartões de visita com endereço e telefone em braille. Tudo isso garante que pessoas cegas ou com baixa visão possam participar da vida cultural da cidade.”
Além do curso de Braille, o Jornada da Acessibilidade oferece outras duas formações online: Acessibilidade Cultural e Audiodescrição Para Figuras Estáticas, que incluem obras de arte, histórias em quadrinhos e esculturas. Os cursos acontecerão entre maio e junho e serão ministrados por profissionais experientes na área.
Para Cássia Lemes, diretora do projeto, iniciativas como essa são um passo importante para democratizar o acesso à cultura. “A formação em acessibilidade cultural é um passo essencial para que gestores e produtores compreendam as barreiras que impedem pessoas com deficiência de acessar plenamente os bens culturais. A cultura só é de fato democrática quando é acessível para todas as pessoas.”
As inscrições são gratuitas e garantem certificado de participação. Profissionais interessados devem se inscrever até 30 de abril por meio do link: Formulário de inscrição.
O curso de Braille representa uma oportunidade única para ampliar conhecimentos, promover a inclusão e transformar a prática pedagógica e cultural no DF. A participação de educadores e agentes culturais é essencial para construir uma sociedade mais justa, acessível e empática. Participe!
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