Em 18 de abril de 1999, na Praça São Pedro do Vaticano, Marcelino Champagnat foi canonizado pelo Papa João Paulo II. Mas quem foi ele? Sacerdote da França que viveu no século XIX e fundou o Instituto dos Irmãos Maristas, São Marcelino Champagnat levou o evangelho para as crianças e jovens por meio da educação.
Sua essência vem de um afeto profundo por Deus, manifestado em atitudes de acolhida, simplicidade, presença e cuidado com os mais necessitados. Ele tinha um olhar atento para as carências da juventude de sua época e acreditava que, para uma boa educação, era fundamental amar verdadeiramente os estudantes. Sua trajetória foi marcada por uma fé sólida, um espírito apostólico e uma espiritualidade profundamente ligada a Maria.
A Igreja eleva à canonização aqueles que, ao longo de suas vidas, serviram como exemplos claros de seguidores de Jesus Cristo. Marcelino Champagnat foi reconhecido como santo porque sua vida foi um testemunho contínuo do amor por Deus, uma entrega generosa aos outros e uma lealdade ao Evangelho. A canonização não é uma validação da perfeição absoluta, mas sim da vida transformada pela graça de Deus, aberta à mudança e ao serviço. O milagre atribuído à sua intercessão — a cura inexplicável do Irmão Heriberto Weber, em 1976 — foi um dos indicadores necessários que confirmaram sua santidade no processo oficial.
Portanto, a sua canonização foi vista como uma dádiva divina e um presente da Boa Mãe para toda a Família da instituição. Para os Irmãos Maristas, foi um reforço de sua vocação como leigos consagrados, chamados a seguir Jesus nos passos de Champagnat. Para os leigos e jovens que se identificam com o carisma marista, foi um reconhecimento do amor e da reverência que sentem por ele, além de uma motivação para imitar seu estilo de vida. O reconhecimento oficial da Igreja fortaleceu a espiritualidade marista, encorajando todos os envolvidos na missão a renovar seus compromissos e a viver, de forma mais profunda, os princípios legados por Champagnat.
É fundamental ter em mente que os santos não são super-heróis ou figuras distantes e infalíveis. Eles são pessoas que, mesmo com suas limitações, se permitem ser transformadas pelo amor divino e dedicam suas vidas ao serviço do Reino. Marcelino se encaixa nesse perfil: humano, acessível, autêntico, que caiu e se reergueu muitas vezes, sempre guiado pela fé. A celebração de sua canonização deve nos motivar a reconhecer os “Montagne” contemporâneos — os jovens em situação de vulnerabilidade — e, com o coração de Champagnat, sermos uma presença significativa e amorosa em suas vidas. Ser marista é essencialmente, amar e servir como ele fez.
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