Nesta quarta-feira, 30 de abril, a artista Flor Furacão lança seu novo EP “O Forró Jazz do Cerrado” em um show gratuito no auditório da Casa Thomas Jefferson, na Asa Sul. A apresentação começa às 20h, com coquetel de recepção a partir das 19h, celebrando o Dia Internacional do Jazz com uma proposta musical que mistura sonoridades brasileiras ao jazz contemporâneo.
Com cinco faixas, o álbum convida o público a uma viagem sonora que transita entre o baião, o xote, a vanera, o pagodão, o maracatu e ritmos caribenhos. “É uma jornada musical que propõe uma experiência sonora plural e repleta de brasilidades”, define a artista.
A produção musical e os arranjos são assinados por Gregoree Jr. O processo de gravação ocorreu no Orbis Estúdio, em Vicente Pires (DF), com Marcos Pagani na engenharia de som, mixagem e masterização. O show contará com participação de diversos músicos, entre eles Sofia Ribas (bateria), Tiago Black (baixo), Mariana Sardinha (cavaco), Dani da Silva (teclado), além de instrumentistas de percussão, sax, flauta e viola.
No repertório, além das faixas autorais, Flor interpreta ao piano clássicos do jazz internacional como Jimmy Rolles, Charlie Parker e Ella Fitzgerald. O espetáculo narra a trajetória da artista e seus referenciais. “O espetáculo conta minha história, o caminho que me levou a pensar este estilo de composição, arranjo e interpretação”, diz Flor Furacão.
Cada faixa do álbum traz uma narrativa particular. A música de abertura, com participação da flautista Ana Cesário, mostra a força criativa da artista. Em “Improbaião”, ela afirma: “Nesses momentos me desprendo do mundo e acesso lugares infinitos ao piano, seja num baião improvisado na escala do blues, seja o mesmo baião na escala cigana”.
A segunda faixa homenageia o Cerrado brasileiro e denuncia as queimadas no bioma. “É um apelo contra as queimadas que devastam o bioma”, afirma a artista. Já a terceira música, “Lotação de Amor”, é descrita como uma crônica bem-humorada de um romance conflituoso. “A pomba gira avisou e mesmo assim a gente vai vivendo porque a vida é o desconhecido também”, comenta Flor. Ela acrescenta: “É uma crítica ao lugar de marginalidade e objetificação que sofre o corpo de uma travesti. Acredito que é uma história que se repete, essa história de ser a amante permanente”.
“Pisa”, a quarta faixa, é definida pela artista como uma exaltação ao amor próprio. “Fala de amor próprio, fala de se perceber inteira”, explica. Já a última música, “Oya mi”, tem letra em iorubá e texto interpretado por Medro. “Essa faixa é um mantra de conexão e força com a ancestralidade, a fé, o seu lugar de pertencimento e de força para as travestis”, explica Flor. “A fé é algo que nos é tirado e negado muitas vezes, porém o candomblé me acolheu como filha de Orixá, uma rainha, e minha mãe me ensina os segredos para estar e continuar viva!”, completa.
O projeto foi realizado com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do DF, por meio do edital “Meu Primeiro FAC”. O álbum, gravado em 2024 e lançado agora em 2025, marca um novo capítulo na trajetória de Flor Furacão, que atua como cantora, compositora, pianista, atriz, arte-educadora e produtora musical.
Reconhecida por sua versatilidade, Flor já venceu prêmios como o Brasília Independente 2022 e o Prêmio Profissionais da Música. Em 2024, participou de rodadas internacionais de negócios em Paris e Coimbra. “A minha música é também um manifesto por liberdade, igualdade e respeito à diversidade”, afirma a artista.
Os ingressos são gratuitos e podem ser reservados pelo Sympla: clique aqui para garantir o seu.
Ouça aqui: https://open.spotify.com/intl-pt/album/5ZBS4CPcdwVJwSWMH3VC74
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