No Distrito Federal, a cultura tem ganhado contornos mais inclusivos graças a iniciativas apoiadas pela Lei Paulo Gustavo (LPG). Voltada para o fomento de ações culturais em todo o país, a legislação está garantindo espaço e visibilidade a projetos que têm as pessoas com deficiência (PCDs) não apenas como público-alvo, mas como protagonistas criativas.
Um exemplo é o projeto Conexões Atípicas, que propõe a produção de um documentário realizado no Centro de Ensino Especial 01, no Guará I. A iniciativa envolve oficinas com ritmos indígenas e danças somáticas, voltadas a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares. A proposta busca ampliar o entendimento social sobre o autismo por meio da arte e do audiovisual.
“Através do Conexões, a LPG está contribuindo para ampliar os níveis de conscientização sobre o autismo, além de abraçar a causa apoiando os autistas e suas famílias, para superar os diferentes desafios, preconceitos, estereótipos e o capacitismo”, explica Tayra Sasha Dávila Castillo, proponente do projeto.
O documentário será exibido entre junho e julho, em sessões no próprio centro de ensino e em espaços culturais da cidade, com previsão de participação também em festivais audiovisuais.
Outra iniciativa contemplada pela LPG no DF é a Plataforma PCD Protagoniza Cultura, que está sendo desenvolvida com o objetivo de qualificar pessoas com deficiência para atuar no setor audiovisual. Além da formação profissional, o projeto pretende reunir essas pessoas em uma base de dados, que servirá como ponte entre produtores culturais e profissionais PCDs.
A plataforma funcionará como um marketplace, com cursos online, perfis profissionais com portfólios digitais e uma rede colaborativa. “O recurso garantido pelo edital da LPG permitiu que a etapa inicial de desenvolvimento da plataforma saísse do papel. Mais do que um apoio financeiro, a legislação representa uma política pública que valoriza a diversidade e amplia o acesso à cultura. Para nós, é um marco no reconhecimento da acessibilidade e inclusão como um eixo estruturante da política cultural”, destaca Karla Barbosa Raposo, responsável pela proposta.
Esses dois projetos ilustram como o fomento público pode se tornar um instrumento de transformação social, especialmente quando orientado para a equidade e representatividade. Por meio da LPG, pessoas com deficiência passam a ocupar o centro das narrativas, com autonomia e visibilidade.
Criada para mitigar os impactos da pandemia no setor cultural, a Lei Paulo Gustavo representa o maior investimento da história do país na área: R$ 3,8 bilhões distribuídos entre todas as unidades da federação. No Distrito Federal, já foram destinados R$ 48,1 milhões, sob coordenação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Os recursos contemplam diversas linguagens artísticas, com destaque para o audiovisual, música e teatro.
Com esse impulso, a expectativa é de que a acessibilidade não seja apenas uma diretriz técnica, mas um valor central na formulação de políticas públicas de cultura. Projetos como Conexões Atípicas e a Plataforma PCD Protagoniza Cultura mostram que a arte, quando acessível, tem poder de escuta, de transformação e de pertencimento.
Serviço
Mais informações sobre os editais da LPG no DF:
Instagram: @leipaulogustavodf
Site: www.leipaulogustavodf.com.br
E-mail: [email protected]
Tel: (62) 99612-6143
Projetos:
Conexões Atípicas
PCD Protagoniza Cultura
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