Por trás dos passos sincronizados nas quadrilhas, dos trios de forró e das roupas bordadas à mão, há histórias de luta, afeto e pertencimento. É esse lado humano e cotidiano do São João que o projeto Giro Cultural quer revelar. Criado pela Quadrilha Junina Formiga da Roça com apoio do Ministério da Cultura, o projeto percorre escolas, igrejas e espaços comunitários do Distrito Federal levando muito mais do que festa: leva memória, identidade e emoção.
Ao longo de mais de 50 apresentações previstas até agosto, a equipe do Giro acompanha grupos de quadrilha e músicos ligados à ASFORRÓ/DF. Mas não apenas para exibir o espetáculo. Cada parada do projeto vira cenário para gravações que revelam os bastidores, os ensaios, os sentimentos e o envolvimento de quem dedica a vida à cultura junina. Os vídeos são compartilhados nas redes sociais (@girocultural2025), alcançando não só quem está presente, mas também quem vive essa tradição de longe.
“Queremos mostrar o que está por trás das roupas coloridas e dos sorrisos no palco. Cada vídeo é uma janela para o mundo de dedicação e paixão que mantém viva a tradição junina”, resume Patrese Ricardo, presidente da Quadrilha Formiga da Roça e idealizador da iniciativa.
Em cada gravação, surgem relatos de professores, costureiras, dançarinos, músicos e marcadores. Gente que cresceu entre bandeirolas e ensaios no salão da igreja, que encontrou na quadrilha um espaço de expressão, aprendizado e pertencimento. Com voz e rosto, esses personagens ganham espaço para contar como o São João transformou suas vidas.
Além das visitas às escolas públicas, o Giro também se faz presente em festas juninas realizadas por paróquias da capital. Ao entrar na programação oficial das igrejas, o projeto reforça a ligação entre fé, cultura e comunidade. Nessas ocasiões, o forró divide espaço com missas e procissões, mostrando que tradição e religiosidade caminham lado a lado.
Para quem participa, o reconhecimento vindo das câmeras é mais do que simbólico. Muitos nunca haviam se visto retratados de forma tão respeitosa. As redes sociais, nesse contexto, servem para divulgar, além de serem ferramentas de valorização, autoestima e visibilidade para quem, muitas vezes, está à margem das grandes produções culturais.
Os registros audiovisuais, além de circularem nas redes, devem compor, ao fim do projeto, um acervo digital aberto ao público. A ideia é que essas histórias continuem sendo contadas e acessadas mesmo depois das luzes da festa se apagarem.
Próximas apresentações em paróquias:
31/05 – Igreja Santa Teresinha (Cruzeiro)
Quadrilha: Formiga da Roça
06/06 – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Samambaia)
Quadrilha: Pau Melado
07/06 – Capela Santa Filomena (Paranoá)
Quadrilha: Triscou Queimou
08/06 – Capela São Bernardo (Valparaíso)
Quadrilha: Rasga o Fole
12/06 – Igreja Nossa Senhora de Guadalupe (Asa Sul)
Quadrilha: Tengo Lengo
13/06 – Igreja Santa Maria dos Pobres (Paranoá)
Quadrilha: Arroxa o Nó
14/06 – Igreja Nossa Senhora Aparecida (São Sebastião)
Quadrilha: N. Sra. Aparecida
14 e 15/06 – Igreja Santo Afonso (São Sebastião)
Quadrilha: Chinelo de Couro
20/06 – Igreja São João Batista (Gama)
Quadrilha: A confirmar
21/06 – Paróquia Nossa Senhora da Providência/Capela Virgem dos Pobres (Santa Maria)
Quadrilha: Elite do Cerrado
27/06 – Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Lago Sul)
Quadrilha: Santo Alonso
05/07 – Paróquia São Francisco de Assis (Ceilândia)
Quadrilha: Bambolear
12/07 – Igreja da Barca (Samambaia)
Quadrilha: Êta Lasqueira
11 a 13/07 – Paróquia São Domingos Sávio (Riacho Fundo I)
Quadrilha: A definir
01 e 02/08 – Paróquia Santa Clara (Jardim Botânico)
Quadrilha: A definir
Serviço:
Projeto: Giro Cultural Tradições Juninas
Realização: Quadrilha Formiga da Roça
Apoio: Ministério da Cultura
Instagram: @girocultural2025
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