No Dia Internacional dos Transplantado, comemorado nesta sexta-feira (6), o Hospital Universitário de Brasília (HUB) alcança um marco relevante para a saúde pública: a realização de 500 transplantes renais desde 2006. O número evidencia o papel do HUB como referência na área e destaca a importância da doação de órgãos para ampliar o acesso a tratamentos que podem prolongar e melhorar a vida de milhares de pessoas.
Desde o início do programa de transplantes renais em 2006, o HUB tem mantido uma atuação contínua, com melhorias na estrutura física, ampliação das equipes e aperfeiçoamento dos protocolos clínicos. Para o nefrologista Dr. Diego Figueiredo, integrante da equipe de transplantes, o avanço é resultado de um esforço coletivo. “Desde sua criação em 2006, o programa de transplante renal do HUB passou por um notável processo de amadurecimento técnico e humano. Esse feito é motivo de orgulho e gratidão. É um marco que simboliza não apenas números, mas a transformação de centenas de vidas e famílias”, afirmou.
Segundo ele, a consolidação do serviço envolveu investimentos constantes em formação e atualização profissional. “Ao longo dos anos, atualizamos e consolidamos práticas baseadas em evidências, traduzindo-se em protocolos institucionais atualizados, investimos na capacitação continuada da equipe e ampliamos as parcerias interdisciplinares”, explicou.
Essas mudanças resultaram em melhorias no atendimento e na segurança dos pacientes, contribuindo diretamente para o crescimento do número de procedimentos. “Isso resultou em maior segurança ao paciente e permitiu o aumento progressivo no número de procedimentos, culminando agora no marco de 500 transplantes renais realizados com sucesso”, destacou o médico.
O programa enfrenta desafios próprios de um sistema de alta complexidade, como a articulação entre múltiplos setores da saúde, a escassez de doadores e o impacto de crises como a pandemia. Entre os obstáculos, ele cita a dependência de múltiplas instituições e a sincronização de profissionais de diferentes áreas. “Dentre os principais, destaco a necessidade de participação simultânea de várias entidades e a integração efetiva de dezenas de profissionais envolvidos em todo o processo.”
Outro ponto crítico é a baixa taxa de doação de órgãos no Brasil, que ainda limita o número de transplantes possíveis. “A escassez de doadores de órgãos no Brasil ainda impõe barreiras ao aumento do número de transplantes”, reforçou.
Apesar dos desafios, a equipe do HUB mantém um modelo de atenção humanizada e integrada. “O diferencial está no cuidado integral e na abordagem personalizada de cada paciente transplantado”, explicou o nefrologista. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Essa abordagem contribui para a adesão dos pacientes ao tratamento e melhora os resultados clínicos.
“O cuidado integral e individualizado se traduz em humanização, que é um pilar essencial para o êxito do transplante renal. Essa abordagem possibilita ao paciente entender sua programação de cuidado, diminuindo os erros de uso inadequado de medicações e melhorar a adesão”, disse.
O HUB é atualmente o hospital que mais realiza transplantes renais no Distrito Federal e figura entre os principais centros do país. Segundo o Dr. Diego, o DF obteve bons resultados em 2024 no ranking nacional. “O DF foi o número 1 em realização de transplantes de coração e fígado e o 5º no Brasil em transplantes de rim e o HUB figura entre os centros de referência em transplante renal do Brasil, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT)”, afirmou.
Diante disso, o crescimento do programa está associado a uma série de medidas internas e o número de pacientes aptos ao procedimento também cresceu nos últimos anos. “Passamos de 65 pacientes inscritos em 2022 para 188 atualmente e aumentamos a equipe de 4 para 6 nefrologistas especialistas em transplante renal, estruturamos a Unidade de Transplantes e ampliamos o setor de pré-transplante”, explicou.
As metas futuras do programa envolvem expansão e melhoria contínua. “Nossas metas incluem ampliar a equipe, aumentar o número de pacientes em lista e intensificar ações de educação sobre doação de órgãos”, antecipou.
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