Os preços dos alimentos, que lideraram a inflação nos últimos meses, finalmente apresentaram sinal de alívio. Dados divulgados pelo IBGE mostram que o grupo Alimentação e Bebidas teve variação de apenas 0,17% em maio, a menor desde agosto de 2024, quando o índice registrado foi de 0,44%. A notícia trouxe otimismo ao setor de bares e restaurantes, que viu a possibilidade de recompor margens de lucro sem precisar repassar custos aos consumidores.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) geral ficou em 0,26% em maio, desacelerando em relação ao mês anterior, que teve alta de 0,43%. O principal impacto no período veio do grupo Habitação (1,19%), puxado pela energia elétrica residencial, que subiu 3,62% devido à aplicação da bandeira tarifária amarela, após queda de 0,08% em abril.
Já o comportamento dos alimentos foi destaque positivo. Produtos como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%) puxaram a desaceleração. Itens que ainda registraram alta, como batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%), apresentaram aumentos menos intensos do que os verificados nos últimos meses.
“Depois de meses com altas expressivas, ficamos otimistas com a queda dos preços, principalmente para os comerciantes ganharem um fôlego e terem margem de lucro. Todo mundo segurou os repasses ao máximo e a expectativa agora, com a chegada de feriados e as férias, é a melhor possível”, afirmou Luan Paiva, líder institucional da Abrasel Baixada Santista.
A entidade, que representa bares e restaurantes em nove cidades da região – incluindo Santos, Guarujá, Bertioga e São Vicente – vê o cenário como oportunidade de recuperação gradual, após um período de pressão nos custos e instabilidade no consumo.
Para Guilherme Karaoglan, líder de relacionamento da entidade, a queda nos preços de alimentos básicos tem impacto direto no dia a dia dos empresários. “É importante que o preço destes alimentos tenha caído um pouco, até porque são itens essenciais na alimentação de todos. Com isso, é possível seguir oferecendo um bom custo-benefício aos clientes e também pensar na estabilização da economia no setor de bares e restaurantes.”
Além da alimentação, o grupo Transportes também apresentou retração em maio, com queda de -0,37%, favorecendo os custos logísticos no setor. As passagens aéreas recuaram -11,31%, enquanto os combustíveis registraram diminuições: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).
A inflação acumulada no ano até maio está em 2,75%, enquanto a taxa dos últimos 12 meses soma 5,32%. O cenário de desaceleração é visto pela Abrasel como sinal positivo para o planejamento dos empresários do setor gastronômico.
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