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Especial ARTIGO

Festa Junina: celebrar a fé que brota do povo

Embora muitas vezes seja vista como evento pagão ou apenas cultural, ela  tem raízes profundas na tradição cristã

17/06/2025 às 14h00
Por: Tércia Diniz
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Divulgação
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As festas juninas, com suas cores, músicas, danças e comidas típicas, são mais do que simples eventos culturais ou folclóricos. Elas carregam uma força simbólica que une fé, tradição e sentido de pertencimento. Celebrar São João, Santo Antônio e São Pedro é, antes de tudo, celebrar a espiritualidade que nasce da vida simples do povo. Trata-se de mergulhar numa religiosidade popular que, como lembra Rangel (Festas Juninas. Festas De São João: Origens, Tradições e História. 2019), é uma expressão viva da fé do povo brasileiro, manifestada em tradições e comemorações que resistem ao tempo. 

Embora muitas vezes sejam vistas como celebração pagãs ou apenas culturais, as festas juninas têm raízes profundas na tradição cristã, especialmente no catolicismo. Pinheiro (2015), no livro “Festa Junina: o que todo cristão deve saber”, destaca as origens e as tradições dessa celebração, mostrando sua importância para a comunidade cristã e esclarecendo os questionamentos que surgem sobre suas práticas.

Um exemplo vivo dessa fé popular que mistura cultura e religiosidade é a Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina, no Distrito Federal, realizada desde 1882. Com procissões a cavalo, orações e símbolos religiosos, essa festa expressa devoção e um forte senso de pertencimento comunitário. Assim como outras festas juninas, ela revela como Deus se manifesta na alegria do povo, na comunhão e nas tradições que fortalecem a identidade coletiva. Mais do que balões e bandeirolas, essas festas convidam a enxergar, em cada dança, partilha e oração, a presença viva de um Deus que celebra a fé presente no cotidiano. 

Que as festas juninas, mais do que celebrações estéticas, sejam momentos de fortalecimento dos laços comunitários, sendo um resgate da fé vivida com alegria e valorização da cultura como expressão do sagrado. É momento de reacender em cada fogueira, o fogo da fé, da esperança e da cultura do encontro. Tenhamos discernimento de abrir os nossos corações para essas festividades espirituais e culturais deste mês junino. 

Artigo de Jhonatan Bernardo de Freitas, especialista em Teologia, Práticas Pastorais, Música na Educação e Gestão de Pessoas. Atua como coordenador de Pastoral no Colégio Marista João Paulo II.