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Projetos teatrais em Brasília ampliam acesso à cultura e transformam arte em ferramenta de inclusão social

Mostra Teatral de Brasília e Circuito do Teatro Brasileiro reúnem mais de 30 mil pessoas com ingressos acessíveis, parceria público-privada e programação diversificada

24/06/2025 às 14h00
Por: Tércia Diniz
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(Divulgação/Território Comunicação)
(Divulgação/Território Comunicação)

Combinando excelência artística, formação de plateia e acessibilidade, dois projetos vêm movimentando a cena cultural de Brasília em 2025: o Circuito do Teatro Brasileiro, que chega à terceira edição, e a Mostra Teatral de Brasília, em sua estreia. Ambos são viabilizados pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e demonstram o impacto das parcerias entre o setor público e a iniciativa privada na democratização do acesso às artes cênicas.

As iniciativas, que juntas devem alcançar mais de 30 mil espectadores, acontecem em espaços culturais como os teatros Unip (913 Sul), Royal Tulip, Poupex e Brasília Shopping, com ingressos variando entre gratuitos e R$ 200 — e boa parte com meia-entrada a preços populares. Estudantes da rede pública também são contemplados com cortesias, reforçando o compromisso com a inclusão e a formação de público.

Idealizado por André Deca, o Circuito do Teatro Brasileiro conta com patrocínios de empresas como Brasal e Bradesco Seguros, e oferece uma programação diversa que transita entre o cômico e o reflexivo. Já a Mostra Teatral de Brasília, concebida por Renata Rezende por meio da Estrella Cultura e Arte e o Grupo Bali, ocupa o Teatro Brasília Shopping com produções que exploram desde literatura até temas contemporâneos, como saúde mental e polarização política.

A movimentação cultural também gera impactos econômicos expressivos. Segundo dados do Ministério da Cultura, cada real investido em projetos culturais via Lei Rouanet gera retorno de R$ 1,59 à economia. Os eventos contribuem ainda para o aquecimento de setores como turismo, hotelaria e gastronomia, além da geração de empregos diretos e indiretos.

O Teatro Brasília Shopping, por exemplo, tornou-se um polo de diversidade cultural ao receber espetáculos como “O Julgamento de Zé Bebelo”, dirigido por Amir Haddad e protagonizado por Gilson de Barros, encerrando a trilogia inspirada na obra Grande Sertão: Veredas. A programação infantil também se destaca com montagens bilíngues de “Peter Pan” e “O Pequeno Príncipe”, enquanto peças como “Pílulas” e “DEMOS” abordam temas urgentes com linguagem acessível e provocadora.

Nos palcos do Teatro Unip, o destaque fica por conta de produções como “Como é que pode? 10 anos”, com Gabriel Louchard, que mistura mágica e humor; “O Cravo e a Rosa”, com Paloma Bernardi e Marcelo Faria; e “Radojka”, com Fabiana Karla e Tania Bondezan. Em pauta estão debates sobre feminismo, relações de trabalho e masculinidade, como em “Por que não nós?”, estrelado por Samuel de Assis e Amaury Lorenzo.

A agenda do circuito se estende ao longo do segundo semestre. Em julho, o Teatro Royal Tulip recebe “Intimidade Indecente”, com Eliane Giardini e Marcos Caruso; em agosto, “O Casal Mais Sexy da América”, com Vera Fischer, Leonardo Franco e Vitor Thiré, e “Mãe Fora da Caixa”, com Miá Mello. Em outubro, “Ficções”, solo de Vera Holtz, ocupará novamente o Royal Tulip.

A Lei Rouanet tem sido essencial para a sustentação desses projetos, permitindo que o financiamento cultural não dependa apenas de bilheteria e ampliando o acesso ao teatro a públicos historicamente excluídos. Em paralelo, o modelo brasileiro dialoga com experiências internacionais, como as de França, Alemanha e Estados Unidos, que também contam com leis de incentivo consolidadas.

“A formação de plateia vai além do consumo imediato — é um investimento em cidadania e em senso crítico”, reforça a produção da Mostra Teatral.