Pelo nono mês consecutivo, Santos, a maior cidade do Litoral Paulista, registra alta na inadimplência. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgados pela CDL Santos Praia, mostram que em maio de 2025 o número de consumidores negativados subiu 0,72% em relação ao mês anterior. O cenário coloca o município acima da média de crescimento registrada na região Sudeste (0,71%) e no país (0,78%).
Na comparação anual, o crescimento do índice em Santos foi de 5,16%, entre maio de 2024 e maio de 2025. A alta supera o percentual da região Sudeste (4,74%), mas fica abaixo da média nacional, que chegou a 6,28% no mesmo período.
Para o presidente da CDL Santos Praia, Nicolau Miguel Obeidi, a situação é preocupante e tem reflexos diretos no comércio local. “Com a inadimplência alta, diretamente vemos um reflexo no comércio, porque o poder de compra fica menor. Além disso, com a alta, principalmente dos alimentos ao longo do ano, percebemos que as pessoas precisam fazer escolhas e deixam muitas vezes o que não é tão urgente para depois, ou para suprir as necessidades básicas acabam ficando ainda mais endividadas”, afirma.
Segundo o levantamento, a faixa etária com maior proporção de inadimplentes em Santos está entre 50 e 64 anos, representando 24,20% dos casos. A divisão por sexo é equilibrada: 52,52% das pessoas negativadas são mulheres e 47,48% são homens.
Em abril de 2025, o valor médio das dívidas por consumidor em situação de inadimplência era de R$ 6.155,14. A distribuição por faixa de valor mostra que:
23,31% deviam até R$ 500;
11,92% entre R$ 500,01 e R$ 1.000;
18,87% entre R$ 1.000,01 e R$ 2.500;
22,98% entre R$ 2.500,01 e R$ 7.500;
22,92% acima de R$ 7.500.
O tempo médio de atraso das dívidas é de 28,4 meses, o equivalente a dois anos e três meses. Do total de inadimplentes, 39,69% acumulam dívidas atrasadas entre um e três anos.
Além do crescimento no número de pessoas inadimplentes, aumentou também o número médio de dívidas por consumidor. Em maio, o índice subiu 1,73% em comparação com abril, superando as médias da região Sudeste (1,58%) e do Brasil (1,59%).
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de dívidas cresceu 10,46% em Santos, contra 10,18% na média regional e 11,15% no cenário nacional. Em média, cada consumidor inadimplente na cidade acumula 2,239 dívidas atrasadas — número próximo ao da região Sudeste (2,247) e superior à média nacional (2,200).
O setor bancário responde por 81,66% das dívidas registradas em maio em Santos. Em seguida aparecem os setores classificados como “outros” (8,40%), comunicação (3,98%), contas de água e luz (3,42%) e comércio (2,53%).
A CDL Santos Praia representa cerca de mil lojistas na cidade e oferece serviços como assessoria jurídica, consultas ao SPC Brasil, planos de saúde e odontológicos, balcão de empregos e locação de espaços corporativos.
A CNDL, criada em 1960, atua como representante do varejo brasileiro, reunindo federações estaduais, CDLs municipais, o SPC Brasil e o núcleo jovem da entidade. Já o SPC Brasil mantém uma das maiores bases de dados de crédito da América Latina, oferecendo inteligência para decisões financeiras de empresas e mapeando o comportamento dos consumidores em todo o país.
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