A Câmara Legislativa do Distrito Federal realiza nesta segunda-feira (30), a partir das 19h, uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do Axé Music. A iniciativa é do deputado distrital Fábio Felix (PSOL/DF), em articulação com a Associação dos Músicos e Artistas Populares do DF e Entorno (ASMAP DF-E), e acontece no plenário da CLDF.
O evento celebra quatro décadas de um dos mais relevantes movimentos culturais e musicais do país, destacando a presença e a influência do Axé Music no cenário cultural do DF. Artistas, bandas, produtores, empresários e coletivos que ajudaram a construir essa história em Brasília estarão presentes para receber o reconhecimento público.
A sessão ocorre dias após a Câmara dos Deputados ter aprovado, em 25 de junho, o Projeto de Lei nº 4.187/2024, de autoria da deputada federal Lídice da Mata (PSB/BA), que institui o Dia Nacional do Axé Music. A data escolhida é 17 de fevereiro, e a proposta segue agora para análise no Senado Federal. Caso aprovada, será incluída no calendário oficial de comemorações do país.
A valorização do gênero musical como expressão das raízes negras da Bahia e do Brasil foi tema de uma audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados em novembro de 2024, ampliando o apoio parlamentar à oficialização da data.
Embora nascido na Bahia com o sucesso “Fricote”, de Luiz Caldas, em 1985, o Axé Music encontrou em Brasília um ambiente fértil para se desenvolver. Impulsionado pela migração nordestina e pela atuação criativa de músicos locais, o gênero consolidou sua presença no DF a partir do final da década de 1980. O Trio Elétrico Massa Real, com nomes como Paulinho Moreno e a participação da cantora Cássia Eller, foi um dos primeiros a levar os trios às ruas da capital.
Nos anos 1990, o movimento atingiu seu auge com eventos como as Domingueiras Baianas e a Micarecandanga, que projetaram bandas locais, entre elas a Banda Imagem, que liderou por quatro anos consecutivos o trio elétrico patrocinado pela Coca-Cola, encerrando sua atuação com o Bloco da Solidariedade, marcado por ações sociais.
Blocos carnavalescos como Pega Pega, Baratona e Raparigueiros também contribuíram para consolidar o Axé no carnaval da cidade, junto a bandas como Trem das Cores, Banda Magia e Banda Imagem. A cena cultural foi ainda ampliada por grupos percussivos como Batalá, Obará, Asé Dudu, Groove do Bem, Maria Vaicasoutras e o Surdodum, formado por músicos com deficiência auditiva.
A celebração de hoje também reconhece artistas que mantêm o gênero ativo no DF, como Adriana Samartini, Thiago Nascimento, Santo Pecado, Júlia Moreno, Salcedo, Juliana Müller, Eduardo e Mônica, Juninho Brother, Thiago Kallazans, entre outros.
Cacá Silva, músico, apresentador e agente cultural, fundador da Banda Imagem e de blocos tradicionais da capital, destaca a diversidade de artistas que marcaram o Axé no DF: “O Axé Music foi divulgado na Capital Federal por mais de 20 bandas que construíram uma trajetória importante ao longo desses 40 anos. Isso comprova a força, a resistência e a capacidade de reinvenção do Axé Music no Distrito Federal.”
A homenagem na CLDF reafirma o compromisso com a valorização das expressões culturais populares, em consonância com a Constituição Federal e com a Lei Orgânica da Cultura do DF (Lei Complementar nº 934/2017), além de reforçar políticas públicas de fomento à diversidade e à inclusão cultural.
Contato institucional:
ASMAP DF E – Associação dos Músicos e Artistas Populares do DF e Entorno
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